6.8.08

Comprovado: as paredes têm ouvidos

As paredes dos prédios por aqui são muito finas. Durante o dia não me incomodava ouvir os passos da vizinha de cima, nem o filho dela brincando de bolinha de gude no apartamento. O marido era mais discreto, devia usar Havaianas. Era uma família de 3 pessoas. Menos mal.

Mas eu sabia exatamente quando a vaca saía para trabalhar porque ouvia o ruído estridente dos saltos dela pisando sobre a minha cabeça. Toc, toc, toc, toc. Às 7h00... E era possível acompanhá-la desde o quarto, uma paradinha pelo banheiro, caminando pelo corredor até a sala. Rezava pra que de lá o rumo fosse a porta da rua... Pior quando a maldita esquecia alguma coisa no quarto. Aí tinha que ouvir a volta e a ida da desgraçada tudo de novo. Mas dessa vez correndo... Digamos que não era agradável acordar todos os dias com esses abalos sísmicos no andar de cima!

Domingo, às 9h00. Bem aquele dia que você quer dormir até as 12h00. O silêncio absoluto às vezes é prejudicial. Porque pasmem! Dava para ouvir o celular vibrando sobre um criado-mudo! E não é que a desgraçada também decidia usar salto no domingo!

No final da minha estância nesse apê as coisas pareciam ter melhorado. Talvez tivessem ido de férias, graças ao Deustodopoderoso. Mas minha paciência seria testada novamente.

Outro domingo, às 9h30, 2 semanas pra minha flatmate Katrin ir-se de vez para Alemanha. Sua despedida do namorado latino foi fervorosa. No quarto dela. Se podia ouvir seus “Sí, sí” da cozinha. Foi lá que encontrei com Martin, meu outro flatmate (argentino). Eu com cara de sono e ele com cara de sono de quem ia pular no pescoço de alguém. Juro, era vergonhoso o barulho que a menina fazia. Eu tava com vergonha alheia. Faça-me o favor!

A despedida seguiu por uma semana inteira. À tarde tentava fazer minhas coisas fora de casa para evitar situações como essa. Mas um dia tive que fazer um trabalho em grupo com 2 amigas. Na minha casa. Ela chegou com o namorado. Eu gelei. “Pronto, vai fazer papelão de novo”. Estava aliviada porque depois de umas 2h30 já tínhamos terminado e ela tranquilita. Maravilha! Foi a gente se levantar para sair do apê, e começou o vexame. Puxei as meninas logo pra porta, mas não pudemos nos conter. Hahahaha Da porta da sala escutávamos sua aula de espanhol.

Nesse apê que estou agora não temos problemas tão graves como esse. Os vizinhos de cima são um casal de sessentões, com menos energia. Escutamos seus xamegos a cada 2 ou 3 meses. hihihi

5 Comentários:

Às 16:56 , Blogger Unknown disse...

Laniiiiiiiiiiis! Me matei de rir com as histórias sua flatmate alema saidinha...jejejeje Continue escrevendo sim! Faz bem para a alma! beijos carinhosos da amiga que morre de saudades

Caru

 
Às 17:45 , Blogger FêBier disse...

Oi Querida, eu nem lembrava que havia um blog! Se vc acha bom escrever, imagina a gente ler! Foi como vc disse da música, encurta a distância!
Seu jorge é incrível mesmo! Uma vez estávamos uma passeata, daquelas pelas paz, e ele veio pedir fogo pro Rô. E lá vou eu no mico de tiete, "Seu Jorge, emprestar o isqueiro pra vc é um prazer inenerrraaavel!" (mico do cacete, mas não aguentei quando escutei o vozeirão do cara!).
Sobre as paredes, me lembro muuuito isso de Madrid. Nós morávamos na cobertura, então nos livramos, mas nossos vizinhos de baixo eram amigos nossos brasileiros, e nem eu acreditava quando estava na casa deles. Até hoje ando de meia em casa, lições da vida na Espana.
Amiga, daqui um mês estarei ai matando as saudades. Love

 
Às 19:34 , Blogger Unknown disse...

Como diz um amigo meu, o mundo se divide em 2: os que têm noção e os que não têm. Essa flatmate com certeza é a rainha do mundo dos SEM NOÇÃO. Mas ainda bem que existe esse outro mundo, assim podemos ouvir histórias hilárias como essa.
Amiiiiiis. Bjim
Querol

 
Às 20:02 , Blogger Ingrid Luiggi disse...

Adorei!! Dificil conviver com o ruido dos outros...

 
Às 18:05 , Blogger ferdizando disse...

Ana!

Salto alto é uma aberração que a sociedade obriga às pobres mulheres ocidentais. É quase a mesma tortura que amarrar os pezinhos das chinesas para trás, para parecerem menores. A idéia é deixar a perna comprida e o bumbum arrebitado. E nisso ficamos com dor nas costas, varizes, andamos torto e irritamos vizinhos na Espanha! hehehhehehe

Em tempo, que gostoso seu texto, adorei!

 

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