30.8.08

Freaky world

Não dá pra acreditar que essa é a voz do cara. Isso é ser freak!
Mais de 27 milhões de visitas no Youtube.



"Chocolate Rain", by Tay Zonday

29.8.08

Morte às taturanas!

Pêlo em abundancia faz mal à vista. Essa frase deveria ser prescrita por todos os oftalmos, estar pendurada nos centros estéticos de depilação, ser um item de um “código para o bom relacionamento em sociedade internacional” e estar na boca das melhores amigas e nos discursos de qualquer pessoa que vele pela boa imagem feminina.

Reunião no fim de semana com as amigas para uma comidinha. Chegam as amigas das amigas. Mua, mua (esse é o barulho do beijo), e logo já estão todas em volta da mesa a postos pro “ataque”. Do meu lado estava a espanhola hippie, gente boa e fofa. Mas descuidada.

Depois de algumas garfadas, reparo que ela tinha algo que saía do sovaco. Meu Deus! Uma taturana! Eu estava no ângulo exato daquela visão do inferno. Não podia ser que eu era a única a reparar naquela aberração. Alguém devia estar compartilhando comigo aquele sofrimento em silêncio. E aquilo me desconcentrava, porque nao conseguia tirar o olho. Era algo entre ter certeza de que aquilo existia de verdade e ficar atenta para que a taturana não pulasse no meu prato.
Discretamente, perguntei para minha amiga do outro lado se ela tinha reparado na presença daquele bicho asqueroso na mesa. “- Melhor não olhar agora”...

Passeava com os olhos pela mesa pra comprovar a direção dos olhares de cada uma. E nada. Dou risada? Vomito? Aguento firme.

Todas satisfeitas, seguimos com o bate-papo pro sofá. De repente uma delas solta:
“De novo você não passou pela depilação?”. Isso sim que é amiga. Mas “de novo”, milha filha?? A desculpa de ter aqueles pêlos conservados por pelo menos 3 meses foi que seria muito sofrimento depilar virilha, pernas e axila de uma vez.

Gente! Gente… isso não se faz! Concordo que é uma tortura, no nível de uma operação cirúrgica. Mas é uma questão de higiene. E de saúde das vistas alheias!

Está lançada a campanha. Escolha o método e… depile!

PS: dia seguinte, no metrô. Tava lá. Braço erguido e outra taturana à mostra.
Morte às taturanas!

27.8.08

Cabeleireiro pomba

Tenho medo de cortar cabelo aqui. Qualquer um que já tenha visto os cortes dos jovens por aqui vai concordar comigo.

Imagina um cabelo todo crespo, com ajuda de mousse e tudo, mas com a franja alisada, cubrindo um olho, lambida com a ajuda de gel.
Ou então um corte todo repicado, com um look bagunçado, todo desigual. Com "desigual" eu tô sendo legal. É torto mesmo. Principalmente a franja, que é a primeira coisa que se vê.

Uma amiga, coitada, foi vítima dos cabeleireiros espanhóis. Pediu pra cortar a franja e disse que costumava usá-la de lado. A mulher cortou, mas em diagonal, começando pelo meio da testa... Enquanto a minha amiga se olhava no espelho com cara de espanto, pânico, querendo matar a mulher, a cabeleireira seguia lá: mais um trabalho realizado. Que surpresa teve a cabeleireira quando minha amiga pediu pra que não encostasse mais no cabelo dela...

Quando vi pela primeira vez essa moda da franja torta, no melhor estilo escadinha, fiquei com dó da menina. Quem tinha sido o cabeileireiro pomba q tinha cagado no cabelo dela?

Apesar das inovações, o corte mais popular aqui continua sendo o "chitãozinho". Aquele que todo mundo teve um dia na infância. Pois é, mas aqui é o corte preferido entre a maioria dos jovens. Mulheres e homens. Nos meus 5 anos não tinha muita opinião e bom gosto. Mas com 25 continuar com esse cabelo é ser muito sem noção.

Cada um no seu quadrado... E eu continuo procurando um cabeleireiro.

22.8.08

Dale vacaciones

Eu tô tentando mudar de assunto, mas essa não pode passar em branco...

Voltar de férias sempre é difícil pra qualquer um, em qualquer parte do mundo. Parto do princípio de que isso tá no gene do trabalhador. O que varia entre os países é o tempo que demora pra engatar a primeira marcha.

Um colega de trabalho, que voltou de férias há 2 semanas pegou a tarde de ontem e o dia de hoje pra uma viagem de fim de semana, dizendo que aproveitaria a última semana de férias. Como assim?? Última semana de férias depois de ter ficado 30 dias na Itália sob o sol de Toscana?

Hoje essa filosofia corporativa espanhola se confirmou de novo, agora com mais uma colega do departamento. Ia almoçar fora e não voltaria pra empresa. Só na segunda-feira, quando então começaria a trabalhar pra valer.

Aliás, por aqui trabalhador tem 40 dias de férias por ano. E quando lancei a pergunta se aqui se pode "vender" alguns dias das férias, me olharam com cara de "do que essa louca tá falando?". Bom, já vejo que isso nem passaria pela cabeça do mais louco.

21.8.08

Pano pra manga

Esse tema "trabalho" ainda vai me dar o que falar aqui no blog. Os espanhóis é que colaboram...

Espanhol não deve estar na lista dos “mais trabalhadores do mundo”. A começar pelo motivo que são internacionalmente conhecidos: a siesta. Mas pra isso eu até dou certa razão pra eles. Estive em Sevilha em plenos 45 graus e é simplesmente impossível um ser humano estar zanzando na cidade qualquer hora do dia com essa temperatura. O dia passa e, à noite, 45 graus também! Está claro que durante o dia o comércio não tem porquê ficar aberto, porque simplesmente não tem uma alma na rua, além dos turistas micões se rastejando pelas sombras... Aí junta o calor e a preguiça depois do almoço... Bom, pra tudo se pode achar uma desculpa, e a deles pra siesta é essa.

Quem trabalha em escritório não tem como fugir porque lá o ar condicionado está sempre bombando. Aí o negócio é “trabalhar” mesmo. Explico o porquê das aspas descrevendo o dia-a-dia de um espanhol no escritório:
09h00: Chegada à empresa
10h30 – 11h30: Cafezinho na cantina
13h40 – 14h40: Almoço
17h30: Hora de largar a caneta e ir pra casa

Claaaro que toda regra tem sua exceção e também existem os workaholics por aqui. Mas se essas poucas horas trabalhadas pela maioria representa tempo produtivo 100%, ótimo. Então eles alcançaram a fórmula perfeita. Pero, tenho indícios de que não é beeem assim. E isso é assunto em qualquer roda de estrangeiros.

Cerrado por vacaciones

No Brasil a gente ouve a vida inteira que o ano começa depois do carnaval. Na Espanha, o ano começa em setembro, depois das férias e do verão.
Aqui não se pode deixar pra fazer em agosto ou setembro qualquer coisa que dependa do comércio do seu bairro, serviços públicos ou mesmo empresas de serviços. Os que ficaram trabalhando estão putos, te atenderão bufando e, tenha paciência, porque você vai ser enrolado esses dois meses pra que resolvam seu problema. Aliás, não se surpreenda se te disserem que a única pessoa que pode te ajudar está de férias...
Eu fiquei doente essa semana e a farmácia da esquina tá fechada. Os bêbados estão em crise de abstinência porque os bares estão fechados. O cabeleireiro não abre nos fins de semana. A única coisa que continua aberta, em horários reduzidos, é a igreja.
O poder de adaptação das pessoas que ficam por aqui durante esses meses tem que ser muito grande, ou, quem não é planejado, precisa sê-lo (ui!) pelo menos por 2 meses, porque vai sim ter que ir pro centro da cidade atrás das coisas mais básicas. Menos mal que a cidade está vazia.
E não estou falando de um pueblo (cidade minúscula no interior), mas da capital desse país! Madrid no verão se transforma numa cidade fantasma.
É muito comum que você chegue a um restaurante, no centro mesmo, e encontre a placa: "Cerrado por vacaciones". Sempre passava na frente de um desses e ficava pensando: como fazem os funcionários que não quiserem sair de férias na mesma data que o dono? Bom, se o funcionário for espanhol, eles devem se entender... Também pode encontrar a placa "Cerrado por reformas". Mentira. Vai estar igualzinho quando reabrir.
Aqui no momento só se fala em crise econômica e, por isso, tudo na vida dos espanhóis vira uma catástrofe. Também pudera, espanhol não é nada otimista. Mas pra fechar a “lojinha” e ir a la playa se arruma um jeito...

Vivinha da Silva

Depois da tragédia com um avião ontem aqui em Madrid, resolvi deixar uma mensagem pra quem achou que poderia ter acontecido algo comigo...
Não, não! Tô vivinha, mas ainda recuperando de uma senhora gripe.

7.8.08

Socializando

Nesse site você encontra muitos CDs completos para baixar o arquivo direto de uma página de hospedagem.
Muito mais rápido que eMule, Limewire, etc. E sem virus.

baixemusicascompletas.blogspot.com

6.8.08

Comprovado: as paredes têm ouvidos

As paredes dos prédios por aqui são muito finas. Durante o dia não me incomodava ouvir os passos da vizinha de cima, nem o filho dela brincando de bolinha de gude no apartamento. O marido era mais discreto, devia usar Havaianas. Era uma família de 3 pessoas. Menos mal.

Mas eu sabia exatamente quando a vaca saía para trabalhar porque ouvia o ruído estridente dos saltos dela pisando sobre a minha cabeça. Toc, toc, toc, toc. Às 7h00... E era possível acompanhá-la desde o quarto, uma paradinha pelo banheiro, caminando pelo corredor até a sala. Rezava pra que de lá o rumo fosse a porta da rua... Pior quando a maldita esquecia alguma coisa no quarto. Aí tinha que ouvir a volta e a ida da desgraçada tudo de novo. Mas dessa vez correndo... Digamos que não era agradável acordar todos os dias com esses abalos sísmicos no andar de cima!

Domingo, às 9h00. Bem aquele dia que você quer dormir até as 12h00. O silêncio absoluto às vezes é prejudicial. Porque pasmem! Dava para ouvir o celular vibrando sobre um criado-mudo! E não é que a desgraçada também decidia usar salto no domingo!

No final da minha estância nesse apê as coisas pareciam ter melhorado. Talvez tivessem ido de férias, graças ao Deustodopoderoso. Mas minha paciência seria testada novamente.

Outro domingo, às 9h30, 2 semanas pra minha flatmate Katrin ir-se de vez para Alemanha. Sua despedida do namorado latino foi fervorosa. No quarto dela. Se podia ouvir seus “Sí, sí” da cozinha. Foi lá que encontrei com Martin, meu outro flatmate (argentino). Eu com cara de sono e ele com cara de sono de quem ia pular no pescoço de alguém. Juro, era vergonhoso o barulho que a menina fazia. Eu tava com vergonha alheia. Faça-me o favor!

A despedida seguiu por uma semana inteira. À tarde tentava fazer minhas coisas fora de casa para evitar situações como essa. Mas um dia tive que fazer um trabalho em grupo com 2 amigas. Na minha casa. Ela chegou com o namorado. Eu gelei. “Pronto, vai fazer papelão de novo”. Estava aliviada porque depois de umas 2h30 já tínhamos terminado e ela tranquilita. Maravilha! Foi a gente se levantar para sair do apê, e começou o vexame. Puxei as meninas logo pra porta, mas não pudemos nos conter. Hahahaha Da porta da sala escutávamos sua aula de espanhol.

Nesse apê que estou agora não temos problemas tão graves como esse. Os vizinhos de cima são um casal de sessentões, com menos energia. Escutamos seus xamegos a cada 2 ou 3 meses. hihihi

4.8.08

Seu Jorge – parte II

Chega uma hora que trabalhar só meio período cansa. Mas não posso reclamar, principalmente quando o tempo livre se transforma em uma oportunidade. Ainda mais quando você pode fazer um favor para o tour manager do Seu Jorge.

Acontece que esse cara, o Tuba, é um conhecido e precisava de alguém que recebesse o Seu Jorge no aeroporto. Mais disponível que nunca, lá estava eu, no dia e horário marcado, com uma plaquinha esperando o José Mário da Silva.

Depois de um atraso compreensível de artista, sai ele, todo estiloso, de rasta, óculos escuro, terno e gravata, com um violão nas costas. Quase não chamando atenção. Me aproximei com a minha plaquinha e o acompanhei até o lugar onde nos buscaría a van do hotel.

Mesmo super cansado depois do tour ele foi muito simpático. Ainda mais depois que percebeu que eu não estava ali a trabalho, já que não aceitei dinheiro dele. E que voz. Fala cantando, praticamente. Desta vez, tentei tratá-lo como uma pessoa normal e conversamos todo o trajeto até o hotel. E eu feliz, feliz!

1.8.08

Fortes emoções

Muito tempo longe de casa deixa as pessoas mais saudosistas. Pura saudade.
A música é uma das coisas que me ajuda muito a encurtar a distância. Desde sempre gosto da música brasileira e hoje tenho mais orgulho dos nossos bons representantes.

Já fui nos shows do Seu Jorge e do Djavan aqui em Madrid, e os dois foram incríveis! 80% de brasileiros na platéia, claro, e longe de estar lotado. Mas ficar na frente do palco cara a cara com eles, sem muvuca, é a novidade.

O Seu Jorge estava nos seus melhores dias. Desceu do palco cantando “...explode coração na maior felicidade...” e levou todo mundo atrás dele de trenzinho. Surreal!
Pra completar, tirei foto com ele no camarim. Por ali estavam Robinho e Júlio Batista também (Real Madrid).

Se você já se encontrou com um ídolo alguma vez, acho que vai me entender. Você o conhesse muito bem, sabe tudo sobre ele. É praticamente alguém da sua familia. Mas e quando chega a hora de estar perto dele? “Posso tirar uma foto com você?”. E só! Foi tudo o que consegui dizer pra ele.

Já pro Robinho a frase foi mais longa: “meu namorado vai ficar umas duas semanas sem dormir“. hahaha 3 palavras a mais! Enquanto isso, Arvelão estava lá, mostrando seu RG do Santos para ele e perguntando quando voltaria para a Vila Belmiro.

O mundo está louco

Essa é a inspiração para o nome do meu blog:

A vida muda todos os dias

18 anos em Jund City. 8 entre São Paulo e Jund City. 1 em Londres. 1 em Madrid. Joder! Como o tempo voou...

Aprendi absurdo, conheci muita gente e amigos pra vida toda. Perdi coisas, ganhei outras. Cresci, mudei. Vivi momentos inesquecíveis e perdi outros também. Esse é o problema de não poder estar em dois lugares ao mesmo tempo.

Não sei bem onde vou parar. Por isso, estou tratando de me divertir e de aproveitar as peculiaridades de cada lugar e as esquisitices das pessoas. Tenho a sensação de aprender com coisas mínimas, mesmo que seja com o mal humor dos madrilenhos. hehehe

Algumas palavras em português já me parecem estranhas quando escrevo. Por isso, resolvi tentar de novo seguir com meu blog. E dessa vez é um exercício pessoal necessário!

Que fique claro que qualquer erro aqui é culpa do revisor de texto em espanhol! rs